Objetivando uma abordagem ainda mais incisiva sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento relacionados ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), e AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), o Dezembro Vermelho vem sendo um importante movimento de mobilização a cerca do esclarecimento de dúvidas e realização de atividades de estímulo a prevenção, com enfoque na população e até mesmo para os profissionais de saúde que por muitas vezes, não se atentam ou mesmo não conhecem os sinais e sintomas que podem servir como guias para o diagnóstico dessa doença1.
A Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é uma doença caracterizada por uma alteração do sistema imunológico, em que a evolução desse quadro leva o paciente a um estado conhecido como síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)2. Tal circunstância favorece o aparecimento de infecções oportunistas e o desenvolvimento de processos neoplásicos, pois esse acometimento do sistema imunológico do indivíduo, o deixa mais suscetível a outras doenças de origem sistêmica, como por exemplo, as lesões bucais3. Não há manifestações orais que sejam exclusivamente de indivíduos portadores de HIV. Todas as lesões encontradas nesses pacientes também são características de outras doenças associadas a imunossupressão3.
Na literatura o que se verifica é que há uma predominância de alguns tipos de lesões que devem ser vistas com atenção pelos profissionais responsáveis pela saúde bucal. Dentre essas alterações podem ser citadas a candidíase nas suas diversas apresentações clínicas, manifestações periodontais, como a gengivite, periodontite, gengivite necrosante, periodontite necrosante4. Nas demais estruturas bucais podem ser identificados a leucoplasia pilosa, herpes simples, herpes zoster, e pode ser verificado ainda o desenvolvimento de neoplasias, principalmente o Sarcoma de Kaposi, que pode se instalar na parte interna das bochechas, gengivas, lábios, língua ou amígdalas3.
Sarcoma de Kaposi
Diante disso, o papel do cirurgião dentista é imprescindível, pela sua atuação no diagnóstico das manifestações bucais da infecção pelo HIV, pois acontecendo em estágios iniciais da doença, pode favorecer o prognóstico. Além disso, o envolvimento desses profissionais no tratamento dessas alterações gera um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos acometidos, visto que é indiscutível que uma saúde bucal favorável é um fator intimamente relacionado a saúde geral.
Autores: Ana Maria Mendes da Silva – Acadêmica de Odontologia UNIP Goiânia
Fabrício Henrique Pereira de Souza – Acadêmico de Odontologia UNIP Goiânia
Referências
1. DEZEMBRO VERMELHO CONSCIENTIZA SOBRE TRATAMENTO E PREVENÇÃO AO HIV/AIDS. Site Secretaria de saúde do Distrito Federal. Disponível em <http://www.saude.df.gov.br/dezembro-vermelho-conscientiza-sobre-tratamento-e-prevencao-ao-hiv-aids/> Acesso em 13 de dezembro de 2019.
2. Aguirre-Urízar JM, Echebarría-Goicouría MÁ, Eguía-del Valle A. Sín- drome de inmunodeficiencia adquirida: manifestaciones en la cavidad bucal. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2004;9 Suppl:S148-57.
3. Souza LB, Pereira PL, Medeiros AMC, Araújo JRF, Mesquita OJX. Manifestações orais em pacientes com AIDS em uma população brasileira. Pesqui. Odontol. Bras. [Internet]. 2000 Mar. 14( 1 ): 79-85.
4. Sandini Trentin, M., Alba Scortegagna, S., Sonia Dalbello, M., Eugênio de Bittencourt, M., Salete Sandini Linden, M., Argenta, S., Casalli, M., Neves, M., Paulo De Carli, J., & Aparecida de Oliveira, C. (2010). Doença periodontal e fatores de risco em pacientes HIV positivos. Revista Da Faculdade De Odontologia – UPF, 12(3).