Com o retorno de surtos do sarampo no estado de Goiás, inclusive com diagnóstico confirmado, é de suma importância que o cirurgião dentista saiba diagnosticar corretamente o paciente. O sarampo é uma doença febril exantematosa aguda, altamente transmissível, causada por vírus da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus. É uma das infecções clássicas da infância, de distribuição global, sem predileção por raça ou gênero. O vírus do sarampo tem oito classes (A-H), que podem ser subdivididas em 24 genótipos. A distribuição de cada genótipo é contínua e geograficamente modelada1,2.
O sarampo representa uma importante causa de hospitalização, morbidade e mortalidade na infância; o desfecho fatal está intimamente relacionado com grau de desenvolvimento socioeconômico dos indivíduos afetados, padrões de higiene, nutrição e cuidados de saúde apropriados. Um problema mundial decisivo na eliminação dessa doença é a inabilidade de imunizar a população inteira. Portanto, indivíduos que são suscetíveis ao vírus podem transmitir a doença e causar um surto regional3.
A doença tem fases distintas: a de incubação, a prodrômica e a exantemática. Sua transmissão é possível cinco dias antes e quatro dias depois do surgimento do exantema, e mais de 90% das pessoas expostas desenvolverão a doença. A fase de incubação dura 10-14 dias e é geralmente assintomática, quando há viremia após transmissão respiratória, seguida de replicação viral. A fase prodrômica dura 2-8 dias, com a presença de sintomas não específicos, como febre, mal-estar, tosse, coriza e conjuntivite. Em alguns pacientes, os sinais de Koplik aparecem 24-48 horas antes do surgimento do exantema, sinal esse que ocorre na boca, sendo assim fundamental que durante o exame clinico intra oral minucioso o cirurgião dentista fique atento a esses sinais4.
São os sintomas após o período de incubação do vírus, os mais comuns:
O Ministério da Saúde recomenda que trabalhadores de saúde expostos ao vírus estejam vacinados e busquem cuidados para evitar a propagação do sarampo nas unidades de saúde. Alertar os profissionais de saúde das redes pública e privada em relação à proteção e aos cuidados para evitar a propagação do sarampo nas unidades de saúde do país. Entre as orientações está que todos os trabalhadores dos serviços estejam vacinados; além da necessidade da oferta de treinamentos periódicos, em relação a segurança e riscos biológicos no trabalho; e remanejamento das gestantes que prestam assistência diretamente aos casos suspeitos e que não têm comprovação prévia de vacinação.
A profilaxia do sarampo se dá por vacinação. No Brasil, a vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde é feita com vírus atenuados de sarampo, rubéola, caxumba e varicela para crianças de 15 meses a 4 anos de idade.
Referências:
1. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Folha informativa – Sarampo. Updated on 2019, Jan.
2. http://ftp.medicina.ufmg.br/observaped/artigos_infecciosas/SARAMPO_22_8_2014.pdf.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação-geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância Epidemiológica. 2ª ed. Brasília; 2017. p. 113-128.
4. Moss WJ. Measles. Lancet. 2017; 390: 2490-502.
Autor: Fabricio Henrique Pereira de Souza – Acadêmico de Odontologia UNIP Goiânia